Poetas em tempos de penúria 

(…) E para que ser poeta
em tempos de penúria? Exclama
Hölderlin adoidado
assassinos travestidos em folhagens
hordas de psicopatas
atirados nas praças
enquanto os últimos
poetas
perambulam na noite
acolchoada

(Roberto Piva, 2004)

Esta pesquisa nasceu em 2020, quando me debrucei sobre a mobilização social que, naquele momento, levava à Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017/2020). O que me interessava, contudo, não era o viés institucional da nova lei, mas os anseios da sociedade civil que conduziram à articulação política e social. Na tentativa de captar os acontecimentos que se desdobravam ao mesmo tempo que a pesquisa, realizei, em um primeiro momento, 18 entrevistas virtuais com 23 articuladores da Aldir Blanc. As circunstâncias deram a esse material um caráter de entusiasmo pela potência que o movimento atingira. As técnicas etnográficas utilizadas também permitiram registrar uma fração do momento ímpar da história das políticas culturais brasileiras. 

Quando a primeira fase da pesquisa estava concluída, uma bolsa FAPESP [Processo nº 2022/15346-9] permitiu que a investigação continuasse, mesmo após a dissolução do grupo original. Assim, passei a registrar alguns dos principais desdobramentos da lei Aldir Blanc. Na nova fase, realizei mais nove entrevistas no Brasil, desta vez também com pesquisadores que se dedicam às políticas culturais. Além disso, considerando o caráter intercultural da pesquisa iniciada em 2020, propus uma comparação com o México, que foi realizada a partir de uma visita ao país, entre fevereiro e março de 2024, durante a qual conversei com mais 17 pessoas, em 16 entrevistas. 

O relatório completo com os resultados da pesquisa pode ser acessado neste link.

Neste site, estão disponíveis as entrevistas realizadas nas duas fases da pesquisa, assim como estatísticas e dados sobre os setores culturais e artísticos brasileiros e mexicanos.

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